quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um post sobre minha felicidade

Há um ano e sete meses atrás eu perdia meu pai.
Baque! A primeira grande perda da minha vida e não, eu não soube lidar direito com a situação.
Não fui ao velório nem ao enterro. Não chorei. Minha ficha caiu meses depois, quando me dei conta de que o velho não estava em mais uma de suas viagens à trabalho ou pescando com os amigos. E daí sim, a dor foi de dilacerar. Todo mundo normalizando suas vidas e eu chorando o luto do meu pai.
Dois meses depois de perder meu pai, perdi meu marido. Meu mundo caiu diante da minha cabeça. Foram perdas sob contextos diferentes, mas a dor foi similar.

Hoje, passados quase vinte meses da grande reviravolta na minha vida até aqui, eu consigo dizer que sou feliz. E isso parecia tão difícil naquela época.
Claro, problemas e correrias sempre existem. Trabalho, faculdade, filhos, casa, mãe. É uma correria diária. Mas é também uma correria compensadora.
Quando eu estava diante do furacão chamado “minha vida”, eu não conseguia dizer o que seria de amanhã. Que passo eu daria, prá que lado eu iria. Era uma neblina forte que me impedia a visão. E Deus! Hoje vejo tudo como se fosse um lindo dia de céu azul e sol forte!

Tenho conseguido me planejar e realizar pequenas coisas. Tenho conseguido enxergar à médio prazo. Dar pequenos passos, mas o importante é que são passos sempre em frente, nunca prá trás! E se as coisas não estão 100% agora.. consigo ver perspectivas de mudança. Consigo ver a sementinha brotando.

Tenho tido um relacionamento mega saudável com minha mãezinha, que tem me apoiado em todos os meus altos e baixos. Essa sim tem sido uma verdadeira mãe.
Pela primeira vez nesse tempo, tenho vivido algo realmente interessante com alguém.
É... creio que interessante seja a palavra ideal para descrever meu momento.
Tenho podido ser eu mesma, com todas as minhas trapalhadas, defeitos e manias e nem por isso pus o moço prá correr. Aliás, acho que me mostrar assim talvez tenha contribuído para que ele ficasse, hehehehe. É cada louco....

De vez en quando a má e velha insegurança bata à minha porta. Pois bem.. é hora de domá-la.

Profissionalmente tenho aprendido muito. Parece que encontrei um lugar onde quero, se não firmar raízes, pelo menos sentar o pêlo.
Não fossem os problemas com o pequeno, eu diria que estou feliz por completa.
Financeiramente as coisas estão indo bem. Consigo enxergar uma melhora daqui alguns meses e isso vai até me permitir uma extravaganciazinha em breve.

E o mais importante e motivador:
Pelos 27 anos que vivi ao lado do velho, consigo imaginar exatamente o que ele diria hoje:
“Continua no caminho que tu tá, dá duro no piá, não deixa tua mãe sozinha. Vive tudo o que tu tem prá viver sem dar bola pro que os outros vão pensar. Se der certo, que bom. Se não der, eu vou estar sempre aqui prá te cuidar ......................................"

E de uma forma ou de outra, está mesmo.

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